

AS CRENÇAS DO POVO NALU
Na antiguidade eram animistas; mas a etnia Fula desde meados de 1860 a 1888 (durante a guerra de Forea) que começou a pregar o Islamismo para os Nalus. Esse trabalho não foi de grande impacto na época. Mais tarde segundo Garcia de Carvalho, na luta com os Fulas, os Nalus foram aprisionados e se converteram ao islamismo. A conversão dos Nalus influiu assim como em outros grupos étnicos, mais no exterior, ocorrendo de forma muito lenta e incompleta. Ainda permaneceram neles as práticas animistas, formando uma espécie de animismo henoteísta, onde se busca a bênção baraca de Alá. Os Nalus consultam, ao mesmo tempo, a Neném (Nem’m), irãs, feiticeiro e aos mouros.
O Nalu tem medo da morte, quase sempre está relacionada com o sobrenatural. Benibem, o espírito da morte recolherá o seu último suspiro; Fecandó ou Nirihá julgará as qualidades do defunto.
Em certo sentido, o universo Nalu é bem diferente do ocidental. Tem base no relacionamento do indivíduo com seu deus e os espíritos, além de Alá, o Deus islâmico, que ele aprendeu a orar e oferecer-lhe culto, principalmente para receber as suas bênçãos.
O indivíduo crê nos espíritos, nos deuses, nos espíritos dos ancestrais e nas forças que são vistas e percebidas por eles em todas as partes da sua vida diária. Tais divindades são comemoradas em muitas festas, cerimônias, ritos e sacrifícios anualmente. O Nalu manipula os seres e poderes espirituais para o seu próprio bem. Quase sempre é um esforço para agradar aos espíritos ou neutralizá-los. Outras vezes, para usá-los com o fim de trazer bênçãos para si ou amaldiçoar os inimigos. Ele utiliza as forças para ajudar e os livrar de outros espíritos e de outras pessoas maldosas que crêem estar pronta para fazer-lhe mal.
O Nalu crê que Alá é o deus da graça e misericórdia, de bênçãos e benevolências. Apesar de estar longe e não vê-lo, alguns crêem que ele pode dar bênção como os “Marabús” (professores do Alcorão) ensinam. Para o Nalu, Alá pode abençoá-lo através do Corão, o livro sagrado dos muçulmanos. Trechos do Alcorão são metodologicamente usados pelos Nalus em suas decisões.
O Nalu tem medo do desconhecido. Este medo assume o controle de sua vida e não deixa ter liberdade. O medo o aprisiona, aflige, atormenta e faz com que ele crie personagens e situações que vão atacá-lo e destruí-lo. O universo Nalu está cercado de poderes do mal, dos espíritos e de pessoas maléficas. O espírito do medo domina os corações do povo Nalu.