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ALGUNS DE SEUS COSTUMES
O povo Nalu tem recebido e aderido de uma forma rápida grande parte dos aspectos culturais da etnia Susu que vivem na região onde habita os Nalus junto à fronteira de Guiné Conacri. Atualmente os Nalus falam a língua Susu e a sua própria língua somente e falada de uma forma pura pelos velhos no Sector de Cacine. Já na área do Sector de Catió os Nalus falam a língua Nalu e também o Crioulo.
A sociedade Nalu é comunitária, o princípio comunitário estende-se às terras para lavoura, aos pastos, às árvores de frutos, as reservas de caças, de pesca e de lenha, e até certos bens de consumo.
A Família é muito importante. Quando uma pessoa deixa a sua família ou passa a fazer algo diferente do uso local e dos costumes religiosos da tribo, ela é considerada traidora e pode ser banida ou perseguida.
O Nalu é polígamo. Isto significa que o homem poderá casar com várias mulheres, sem existir barreiras quanto à religião. Segundo as leis Islâmicas, ele poderá ter até quatro mulheres. Contudo, o homem Nalu entende que pode casar-se com quantas mulheres quiser, se ele tem condições de sustentá-las.
Os Nalus alimentam-se de arroz, carne, peixe, peixe seco e caça. A região de Cacine se encontra na maior área florestal de Guiné-Bissau. O homem prepara o plantio nos campos de arroz e a mulher faz o transplante do arroz nas bolanhas. Durante a colheita, ajuntam-se muitas famílias, realizando sempre grande festa quando essa chega ao fim.

Criança Nalú cuidando da lavoura de arroz no campo – Foto: José Valberto Teixeira Oliveira – Setembro 2009
O tempo é cíclico. O Nalu vive numa sociedade rural, o trabalho não está fixado ao tempo como no ocidente. Para eles, o tempo se refere à agricultura, frutificação das plantas, à sementeira, à colheita e pelo culto. Ele é marcado por datas fixadas, como as festas do Islã (o Ramadan) e o Tabasqui – festas do fanado e do culto ao Macho. Não há preocupação com o futuro. Tudo é adquirido para o presente. Se conseguirem ajuntar dinheiro, gastarão tudo no presente com festas e prazeres momentâneos. Porém, dão ênfase ao passado, voltando-se sempre para os ancestrais e para a preocupação de manter as tradições antigas da família. Principalmente, quando observacao o calendário Islâmico e nas cerimônias dedicadas aos deuses locais. Assim, não há necessidade de planejamento.